Fonte: arquivo pessoal do autor |
* Os comentários serão publicados na semana seguinte seguidos do novo desafio.
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Desafio de ECG – Caso 9 – Comentário – Veja o ECG clicando aqui
Trombólise em paciente de 19 anos deve sempre APITAR como um alarme na sua mente. Foi esse alarme que apitou quando, em um plantão, recebemos o pedido de transferência de um paciente sexo masculino que havia sido submetido a trombólise com alteplase por um quadro de IAM com supradesnivelamento do segmento ST.
Paciente admitido na sala de emergência, sem queixas, 12h após trombólise. O ECG que havia embasado a situação era esse que apresentamos no Desafio 9.
Nem tudo que supra é ‘SUPRA’!
A história era de dor torácica ventilatório dependente há cerca de 4 dias. Pela persistência do quadro, havia procurado um PS próximo de casa. Não havia nenhum alteração digna de nota no exame físico.
Ao ECG:
Taquicardia sinusal do QRS estreito, ritmo regular.
Quando vamos ver o segmento ST, observamos supradesnivelamento do mesmo em praticamente toda as derivações, a exceção de aVR e V1. aVR inclusive encontra-se com supra do segmento PR e infra do ST.
Esses achados do ECG + histórica clínica do doente + epidemiologia fazem o diagnóstico clássico de pericardite aguda, um dos vários diagnósticos diferenciais do supradesnivelamento do ST.
Pode-se dividir os achados da pericardite aguda em 4 fases temporais:
Fase 1: supradesnivelamento difuso do ST com ondas T concordantes. Infra do ST em aVR ou em V1. Depressão do PR. Baixa voltagem.
Fase 2: normalização do ST e do PR. Achatamento da onda T.
Fase 3: onda T invertida
Fase 4: resolução gradual da inversão da onda T
Leitura sugerida:
Electrocardiographic Manifestations and Differential Diagnosis of Acute Pericarditis.Am Fam Physician 1998
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