Cardiologia Geral Ficha Técnica

Novos anticoagulantes orais (NOAC) ou Anticoagulantes Orais Diretos (OAD) – ficha técnica

Durante muitos anos os cumarínicos, tendo a varfarina como sua principal representante, reinaram absolutos no tratamento das mais diversas condições clínicas que requeriam algum tipo de anticoagulação sistêmica de longo prazo. 
Contudo, a intensa interação com medicamentos, a influência de alimentos e a necessidade de controle frequente do nível de anticoagulação sistêmica através do exame de TP fizeram com que a indústria desenvolvesse outras opções de fármacos que tentasse solucionar algum desses incovenientes.
O resultado disso é representado pelo grupo conhecido como novos anticoagulantes orais, os quais apresentamos os 3 em uso atual no mercado nacional. 
Além dos dados habituais relacionados ao medicamento, apresentamos uma cotação para que você possa comparar o custo mensal do tratamento com essas medicações para lhe dar mais embasamento em relação a qual escolher para melhor cuidar de seu paciente. 
Rivaroxabana
Modo de atuação: inibidor direto e reversível do fator Xa
tanto na via intrínseca quanto na via extrínseca.
Nome comercial no Brasil: Xarelto ®  
Indústria: Bayer
Apresentação: comprimidos de 10, 15 e 20 mg
Comprimidos por caixa: 14 ou 28 comp
Indicações mais comuns:  profilaxia e tratamento de TVP,
anticoagulação da FA não associado a valvopatia grave para prevenção de AVC,
tratamento do TEP.
Pico de ação: 2 – 4 h após ingestão. Recomenda-se o uso no período da noite, junto ao jantar.
Posologia: 
– Tratamento do TVP e TEP: 15 mg 2x ao dia
por 21 dias. Após isso, 20 mg 1xd.
– Profilaxia do TVP no pós-operatório:
  Artroplasia de joelho: 10
mg 1xd por 12-14 dias -> podendo chegar a 35 dias, a depender da
condição clínica.
  Artroplastia do quadril: 10 mg 1xd por
35 dias
– FA: 20 mg 1xd
Interação com alimentos: deve ser tomado junto com alimentos e
tomar 1 copo de água para facilitar sua descida.
Fracionamento: o comprimido PODE ser triturado e
misturado com água e alimentos pastosos, como purê de maçã. Inclusive, a
administração de maneira triturada por SNE é possível.
Função renal: CONTRA – INDICADO para clearance de
creatinina < 15 ml/min/m2. Para Clearance 15-50: considerar redução de 20 -> 15 mg 1xd
Função hepática: CONTRA-INDICADO para hepatopatas graves
e cirróticos Child B ou C
Preço médio (cotação feita em set/2015):
Caixa de 20 mg com 14 comprimidos: R$ 87 –
100,0
Caixa de 20 mg com 28 comprimidos: RS $ 169
– 230,0
Caixa de 15 mg com 28 comprimidos: R$ 174
– 206,0
Caixa de 10 mg com 30 comprimidos: R$ 186
– 249,0
Etexilato de Dabigatrana
Modo de atuação: inibidor direto e reversível da trombina
Nome comercial no Brasil: Pradaxa ®  
Indústria: Boehringer Ingelheim
Apresentação: cáspsulas de 75, 110 e 150 mg
Indicações mais comuns: prevenção e tratamento de TVP e TEP,
anticoagulação da FA não associado a valvopatia grave para prevenção de AVC
Pico de ação: 1 – 3 h após ingestão

Posologia:
TVP e TEP: iniciar em anticoagulação
parenteral por 10 dias antes de iniciar a medicação. Após isso, comece 150 mg
2xd (em indivíduos idosos > 75 anos e com 1 fator de risco, considerar o uso
de 110 mg 2xd )
FA; 150 mg 2xd (em indivíduos > 75 anos
e com 1 fator de risco para sagramento considerar uso de 110 mg 2xd)
Interação com alimentos: ingesta com ou sem alimentos. Recomenda-se
a tomar com 1 copo de água.
Fracionamento: por ser em cápsula, não deve ser aberto ou fracionado.
Função renal: CONTRA-INDICADO para clearance de
creatinina < 30 ml/min/m2. No contexto de tratamento da FA, para pacientes
com ClCr entre 15-30 há quem advogue o uso de Dabigatrana 75 mg 2xd.
Função hepática: não há descrição clara do fabricante,
evite em hepatopatas child C e insuficiência hepática aguda
Preço médio (cotação feita em set/2015):
Caixa de 150 mg com 60 cápsulas: R$ 193 –
251,0
Caixa de 150 mg com 30 cápsulas: R$ 99 –
125,0
Caixa de 150 mg com 10 cápsulas: R$ 31 –
32,0
Caixa de 110 mg com 60 cápsulas: R$ 191 –
255,0
Caixa de 110 mg com 30 cáspulas: R$ 97 –
125,0
Caixa de 110 mg com 10 cápsulas: R$ 32 –
41,0
Caixa de 75 mg com 30 cápsulas: R$
97-106,0
Caixa de 75 mg com 10 cápsulaS: R$ 31 –
41,0
Apixabano
Modo de atuação: inibidor da ação do fator Xa
Nome comercial no Brasil: Eliquis ®  
Indústria: Bristol-Myers Squibb
Apresentação: comprimidos de 2,5 e 5 mg
Indicações mais comuns: tratamento de TVP e TEP, anticoagulação
da FA não associado a valvopatia grave para prevenção de AVC
Pico de ação: 1 – 3 h após ingestão
Posologia:
– TVP e TEP: 10 mg 2xd por 7 dias. Após,
tomar 5 mg 2xd – Não aprovada para casos de TVP e TEP associados a NEOPLASIA
ATIVA.
– Tratamento da recorrência do TVP e TEP (após
curso com dose de 5 mg 2xd): deve ser de 2,5mg 2xd (essa é uma profilaxia para
doentes que já tiveram evento)
– Profilaxia do TVP no pós-operatório:
  Cirurgias
de artroplastia de joelho: 2,5 mg 2xd por 10-14 dias
  Cirurgias de artroplastia de
quadril: 2,5 mg 2xd por 32-38 dias
– FA: 5 mg 2xd
Redução de posologia:
– Se duas de 3 condições – tomar 2,5 mg
2xd. Idade > 80 anos, peso < 60 kg ou Cr > 1,5
Interação com alimentos: ingesta com ou sem alimentos.
Recomenda-se a tomar com 1 copo de água.
Fracionamento: Não recomenda-se macerar o comprimido ou administrar o remédio por outra via que não a oral
Função renal: CONTRA-INDICADO com clearance de
creatinina < 15 ml/min/m2. Se entre 15-30: 2,5 mg 2xd
Função hepática: CONTRA-INDICADO em qualquer hepatopatia
grave Child C ou com discrasia sanguínea. Utilizar com cuidado com Cirrose
Child A ou B
Preço médio (cotação feita em set/2015):
Caixa de 2,5 mg com 20 comprimidos: R$ 62 – 75,0
Caixa de 2,5 mg com 60 comprimidos: R$ 186- 251,0 
Caixa de 5,0 mg com 20 comprimidos: R$ 62 – 73,0
Caixa de 5,0 mg com 60 comprimidos: R$ 186 – 251,0

Sobre o Autor

Daniel Valente

Médico com residência médica em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e em Cardiologia Clínica pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor-HC-FMUSP). Especialista em Ecocardiografia pelo InCor-HC-FMUSP e pelo Departamento de Imagem Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DIC-SBC). Doutor em Cardiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Coordenador do Serviço de Ecocardiografia da ONE Laudos.

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