Imagens em Cardiologia

O que vemos nas imagens?

pseudoaneurisma-apos-puncao-femoral-trombosado-apos-compressao

Fonte: arquivo pessoal do autor

O pseudoaneurisma é caracterizado por um hematoma pulsátil que se comunica com uma artéria por meio de um pertuíto em sua parede arterial. Dessa maneira, é formado um colo que comunica a artéria a uma ou mais cavidades (cujas paredes são formadas pelo próprio tecido ao redor da artéria), permitindo fluxo sistólico em direção à cavidade e fluxo diastólico em direção à artéria (veja ilustração ao final do texto). Ele difere do aneurisma verdadeiro pelo fato de, neste último, as paredes serem formadas pela própria artéria.

Sua incidência pode chegar até valores em torno de 6% após procedimentos intervencionistas em artérias coronárias.

Nas imagens de ultrassonografia (US) acima vemos o aspecto típico de um caso de pseudo-aneurisma de artéria femural após punção para cateterismo cardíaco. Essa é um das complicações mais temidas do procedimento e seu tratamento pode envolver desde a conduta expectante (habitualmente em casos com pequeno tamnho), a compressão do colo do aneurisma, passando pela injeção de trombina intra-aneurisma, intervenção endovascular até mesmo casos onde será necessário a abordagem cirúrgica a ‘céu aberto’.

O US com doppler arterial é um exame de baixo custo, sem riscos inerentes ao uso de contraste ou radiação, não invasivo e que pode ser realizado a beira-leito, que,  além de nos fornecer o diagnóstico da complicação, pode ser aplicado em sua terapêutica. Portanto, é o exame de escolha inicial.

No caso ilustrado, a luz do pseudoaneurisma trombosou após compressão do ‘colo’ guiada pelo próprio aparelho de US Isso fica claro na imagem do canto inferior direito, onde, no momento em que se interroga a região do pseudo-aneurisma com o doppler, não observa-se fluxo no local, confirmando que não há mais comunicação entre a artéria femoral e o pseudo-aneurisma.

pseudo

Leitura sugerida:
Nogueira e cols. Pseudoaneurismas: Quando e Como Tratá-Los. Arq Bras Cardiol:imagem cardiovasc. 2013;26(4):289-307. Disponível aqui

Sobre o Autor

Daniel Valente

Médico com residência médica em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e em Cardiologia Clínica pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor-HC-FMUSP). Especialista em Ecocardiografia pelo InCor-HC-FMUSP e pelo Departamento de Imagem Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (DIC-SBC). Doutor em Cardiologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Coordenador do Serviço de Ecocardiografia da ONE Laudos.

Deixe um comentário