O vídeo acima demonstra uma das complicações mecânicas do Infarto Agudo do Miocárdio. Essa paciente evoluiu no terceiro pós infarto miocárdio (3o PIM) com quadro de dor torácica e choque cardiogênico. Tinha novo sopro cardíaco holossistólico. Foi levada para o laboratório de Cateterismo e evidência uma Comunicação Interventricular Aguda (CIV). Observe o jato regurgitante passando do VE -> VD ao invés de seguir o trajeto habitual para aorta. Nesses casos, a proposta é levar o paciente imediatamente para sala operatória de urgência.
A CIV no contexto do infarto foi descrita em autópsia a primeira vez em 1847 por Latham. Sua indicência vem diminuindo ao longo dos antos com o advento das terapias de reperfusão. Anteriormente a incidência chegava até a 2% dos casos.
Geralmente, é uma complicação que surge no 3-5 dia após IAM, mas pode ocorrer em < 24h como de maneira tardia após 2 semanas. Ocorre devido a ruptura da musculatura do septo interventricular.
Os pacientes de maior risco são aqueles em que temos uma artéria descendente anterior (ADA) longa cruzando o ápice cardíaco, também denominada ADA tipo IV. Nesse caso, um único vaso é responsável pela irrigação da porção anterior e posterior do septo, sobretudo na área mais apical do ventrículo. Assim, a oclusão desse vaso cursa com maior risco de necrose miocárdica importante.
Vídeo: arquivo pessoal do autor.