Separamos os pontos-chave a respeito da publicação da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) a respeito das terapias antitrombóticas em doenças da aorta e arterial periférica:
- A terapia antitrombótica é o pilar do tratamento médico otimizado em pacientes com doença aterosclerótica na aorta e doença arterial periférica (DAP), que são doentes de alto risco cardiovascular (CV).
- Naqueles doentes com estenose de carótida assintomática, o uso de AAS ou Clopidogrel em longo prazo é recomendado.
- Naqueles com estenose de carótida sintomática, o uso de dupla antiagregação plaquetária (DAPT) (AAS + Clopidogrel ou Ticagrelor) é recomendado por um período curto após o eventos, seja um AVC menor, um AIT ou colocação de stent em carótida.
- O uso em longo prazo de uma dose baixa de rivaroxabana + AAS pode ser proposto para doentes com estenose de carótida assintomática considerados de muito alto risco CV.
- Pacientes com placas graves e/ou complexas em aorta, o uso de terapia antiplaquetária única é indicado. Se houver evento embólico, o uso de DAPT pode ser discutido.
- Não há terapia antitrombótica de longo prazo para pacientes sobreviventes de uma síndrome aórtica aguda (dissecção de aorta, úlcera penetrante de aorta). O uso de terapia antiplaquetária única é recomendada após reparo aórtico endovascular (seja a nível de aorta abdominal ou torácica). Não há espaço para anticoagulação nesse cenário.
- Pacientes com DAP sintomática devem fazer uso de terapia antiplaquetária única – com preferência para o uso de clopidrogel). Não há recomendação de DAPT neste cenário.
- Pacientes de alto risco e aqueles submetidos a procedimentos de revascularização (endovascular ou cirúrgia) para DAP em membros inferiores, uma dose baixa de rivaroxaba + AAS pode ser prescrita caso o risco de sangramento seja considerado baixo.
- Para pacientes com doença aterosclerótica renal ou de artérias mesentéricas, o uso de um agende antiplaquetário é recomendado. DAPT pode ser realizada por 30 dias após uso de stent, quando indicado.
- Naqueles pacientes que já tem indicação de anticoagulação (por exemplo, após TVP/TEP, fibrilação atrial, prótese mecânica, etc) não deve haver uso concomitante de agente antiagregante a menos que uma revascularização percutânea seja feita ou se esse paciente for considerado de muito alto risco trombótico. Esse julgamento deve ser individualizado e a decisão compartilhada entre médico/paciente.
Leitura sugerida:
- Antithrombotic Therapies in Aortic and Peripheral Arterial Diseases in 2021: A Consensus Document From the ESC Working Group on Aorta and Peripheral Vascular Diseases, the ESC Working Group on Thrombosis, and the ESC Working Group on Cardiovascular Pharmacotherapy. Eur Heart J 2021;Jul 19:[Epub ahead of print].