Conseguimos identificar na morfologia da curva da pressão arterial ondas de pulso COM e SEM o nó dicrótico – a representação do fechamento da válvula aórtica na curva do pulso (a representação da soma de uma série de ondas pela reflexão das ondas na válvula aórtica fechada).
Infere-se portanto que a onda de pulso é gerada em alguns batimentos SEM a abertura da válvula aórtica – como isto seria possível ?
Somente através de um “atalho” entre o Ventrículo Esquerdo e a Aorta – um dispositivo de Assistência Ventricular (nesse caso um HeartMate II®) que ejeta o sangue do VE diretamente na Aorta, sem necessidade de abertura da válvula aórtica.
Surge então uma segunda pergunta – se o dispositivo é de fluxo contínuo, como existe onda de pulso na curva da pressão arterial ?
A resposta já foi postada em um post anterior (clique aqui): mesmo em batimentos em que não há abertura da válvula aórtica (a pressão gerada ao final da sístole ao final do VE não consegue abrir a válvula aórtica pois é menor que a pós-carga) ele aumenta o gradiente de pressão do dispositivo(Pressão no VE – Pressão na Aorta) e “facilita” o fluxo pela bomba, aumentando seu fluxo e gerando uma onda de pulso. Através de um ecocardiograma podemos realizar um teste de rampa (ir alterando as rotações por minuto do dispositivo até encontrar um RPM ótimo em que a válvula aórtica abra em todo o batimento !)