Fonte: arquivo pessoal do autor. |
O que se pode ver nesse ECG ? Há alguma alteração patológica de nota ou apenas um achado habitual ?
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Desafio de ECG – Caso 12 – Comentário – Veja o ECG clicando aqui
No primeiro ECG temos um ritmo sinusal com ondas T apiculadas. No DII longo notamos período de bigeminismo.
No segundo ECG, observe que surge um supra-desnivelamento do segmento ST associado a uma QRS alargado, não precedido por onda P, que ocorre justamente no meio do ciclo dos intervalos RR sinusais.
Esse achado pode gerar alguma polêmica, sobretudo pela possibilidade da ocorrência de BRD intermitente ( sobretudo associado a SCA em com acometimento de artéria descendente anterior proximal). Contudo, a ausência de onda P precedente o ritmo e o padrão de ‘R’ puro em V1 afastam essa possibilidade.
Mas então o que justificaria o achado ?
Trata-se da presença de extra-sistoles ventriculares de padrão originadas do Ventrículo Esquerdo ( ‘tem um padrão de BRD’), provavelmente da região septal de padrão interpolado, ou seja, ela ocorre entre os QRS sinusais, mas não apresenta a tradicional pausa compensatória pós extra-sístole. Esse padrão de extra-sístole – também chamada de ‘extra-sístole em sanduíche’- sugere que a origem do batimento ectópico seja ventricular, mesmo nos casos em que eventualmente não ocorra alargamento do QRS.
Veja que as EEVV não impedem a visualização do supra-desnivelamento do segmento ST em toda parede anterioe e também em região de parede lateral (D1 e aVL), falando muito a favor de acometimento de artéria descendente anterior em sua porção proximal, antes mesmo da emissão do ramo septal.
Paciente foi imediatamente encaminhado a sala de hemodinâmica onde se fez cateterismo evidenciando lesão de artéria descendente anterior proximal, que foi tratada através de angioplastia + colocação de stent.