Cardiologia Geral

Afinal o que é uma angioplastia de alto risco?

Os critérios na literatura para delimitar objetivamente o que é uma angioplastia de alto risco variam muito entre as publicações. Em geral a avaliação subjetiva de 3 fatores que implicam um maior risco de complicações relacionadas ao tratamento percutâneo determinam se a angioplastia é de alto risco ou não:
1) Paciente ( Critério Clínico)
Idade, função ventricular, DM2, IAM prévio, número de lesões obstrutivas, doença arterial periférica
2) Lesão específica ( Critério Anatômico)
– Determinada por características anatômicas: lesões de tronco de coronária esquerda, bifurcações, angioplastia de ponte de veia safena, lesões ostiais, lesões muito calcificadas e oclusões crônicas
– Determinada por território irrigado pela artéria a ser tratada: artéria derradeira, grande território irrigado pela artéria a ser tratada
3) Situação clínica ( Critério Hemodinâmico)
– Síndrome coronariana aguda, Choque cardiogênico, Complicação mecânica de IAM
Resumo dos principais critérios utilizados na literatura para definição de angioplastia de alto risco. Note que diversos fatores devem ser considerados para definição de uma angioplastia como de alto risco. Fonte: Myat et al. Hemodynamic support for high-risk PCI. JACC intervention 2015

O que muda em classificar uma angioplastia como sendo de alto risco ?
Ao classificar uma angioplastia como sendo de alto risco pode-se programar a equipe para minimizar os risco inerentes ao procedimento. Pode-se:
– antecipar a necessidade de vaga em terapia intensiva
– otimização hemodinâmica e ventilatória durante o procedimento 
– utilizar dispositivo de assistência circulatória durante o procedimento pode minimizar a taxa de complicações

Leitura Recomendada:
1) Myat et al. Hemodynamic support for high-risk PCI. JACC intervention 2015
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=PMID%3A+25700745

2) Werdan et al. Mechanical circulatory support in cardiogenic shock. EHJ 2013
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=PMID%3A+24014384

Sobre o Autor

Caio de Assis Moura Tavares

Graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo. Médico com residência médica em Clínica Médica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e em Cardiologia Clínica pelo Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor-HC-FMUSP). Atualmente é médico assistente do Departamento de Cardiogeriatria do InCor-HC-FMUSP.

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